Um bocadito para lá das aparências
Terça-feira, 29 de Maio de 2007
Terapeuta
Os psicólogos são a prova viva de que neste mundo é um risco confiar nos outros. E não deixa de ser uma contradição, já que a utopia da amor é um dos grandes catalizadores que nos dá alento e anima a existência. Passamos a vida toda a perseguir o conforto das amizades e depois, quando finalmente pensamos que encontrámos, são essas mesmas amizades que nos atiram para as consultas da terapia. Dizem que os amigos são um ombro onde podemos desabafar as mágoas e que quem os tem se sente mais leve e descomprimido. E depois, quando precisamos de libertar os macaquinhos no sótão, lá vai consulta no terapeuta. O desabafo pago a troco da indiscrição já começa a assumir contornos de instituição. Imagine-se então se não existissem os amigos, ou se os amigos não fossem de confiança...
“Os psicólogos são a prova viva de que neste mundo é um risco confiar nos outros.”
Discordo. Os magistrados, os advogados são a prova viva disso. Além disso, tudo neste Mundo é um risco…
Acho pouco correcto dizer, ou dar a entender, que os psicólogos se podem equiparar aos amigos. Ambos têm papéis próprios, confundi-los dá confusão. Com certeza que o Dr. nunca convidou uma “paciente” para jantar e ir beber uns copos após a consulta… Além disso, não podemos sequer comparar aquilo que cada um deles pode dar. O amigo dá ombro, será que ao psicólogo cabe uma função tão contemplativa, tão pouco proactiva? Acho que é exactamente aqui que as águas se dividem… Um PSI ” não pensa assim?!
A respeito dos macacos no sótão, subscrevo o que o SO12 referiu.
Quem não tem amigos vai ao terapeuta porque não ter amigos é uma doença...
Quem tem amigos vai ao terapeuta para se curar da doença.
Se se pudesse confiar nos amigos para que serviria o desabafo no terapêuta?
Desabafo no terapeuta?
Amigo, se um terapeuta apenas servir para "desabafar" é um fraco terapeuta... mais ainda se se pagar “a peso de ouro”. Para eliminar as dúvidas (eu julgava que os psicólogos tinham que aprender isto), aconselho-o a pesquisar o étimo da palavra.
Deixe-me adivinhar: não é de clínica, pois não?
agradeço que me corrija os devaneios. Já que mostra interesse no aprofundamento do tema, será bem vindo(a) a desenvolvê-lo aqui mais oportunamente. Aguardo ansiosamente futuros desenvolvimentos...
Já agora, ficaria muito agradado se comentasse os restantes posts.
Comentar: